Palmeiras não permite ser nocauteado, renasce de maneira improvável e tem virada épica

Foto: RODRIGO BUENDIA / AFP / CP

Em uma noite memorável para o futebol sul-americano, o Palmeiras protagonizou uma virada épica contra o Independiente del Valle, na altitude de Quito, pela Conmebol Libertadores. Tal feito, digno de um roteiro cinematográfico, ecoou como um verdadeiro combate de boxe, no qual o Verdão resistiu às investidas do adversário, encontrando forças onde parecia não existir para selar uma noite mágica.

O embate começou adverso para os brasileiros. Logo aos 11 minutos, um golpe duro: Kendry Páez, jovem equatoriano de apenas 16 anos, acertou um chute de fora da área, balançando as redes e deixando o Palmeiras atordoado. O técnico Abel Ferreira, à beira do campo, sentiu a necessidade de reagir diante da pressão incessante do Del Valle. Aos 33 minutos, num gesto calculado, fez um sinal para o goleiro Weverton, buscando ganhar tempo e reorganizar a equipe.

No entanto, a situação se complicou ainda mais. “O time ficou nas cordas. Era questão de tempo para ser nocauteado e conhecer sua primeira derrota na Libertadores”, afirmou Abel Ferreira. Mas como em uma cena de superação, “Endrick recebeu cruzamento de Rony e cabeceou para diminuir o placar”, ressurgindo com um gol aos 46 minutos do primeiro tempo.

No intervalo, Abel Ferreira instigou uma mudança de postura nos vestiários. Era preciso reagir. Os jogadores voltaram ao campo com uma nova atitude, mais determinados e organizados. As substituições táticas surtiram efeito: “Aos 35 minutos, o empate saiu justamente dos pés de dois que saíram do banco de reservas. Flaco López achou um bonito toque para Lázaro chutar na saída do goleiro e fazer o seu primeiro com a camisa do Palmeiras”, destacou o técnico.

O ápice veio com Luís Guilherme, também vindo do banco de reservas, acertando um chute certeiro que desmoronou a defesa equatoriana. “Na beira do gramado, Abel acompanhou o jogador, parecendo saber o que ele faria, e falou ‘chuta'”, descreveu o momento.

Abel Ferreira, em meio à euforia pós-jogo, destacou a capacidade de sua equipe em não se render: “Não há satisfação maior do que ver quem entrou dar a volta ao resultado e a forma como todo o grupo celebrou o gol. É algo difícil de explicar, mas que se sente. Parabéns ao Del Valle, os primeiros 35 minutos nos colocou nas cordas, não fez o K.O (nocaute), mas em determinado momento pensei que sofreríamos um K.O. Soubemos esperar e no 12º round, demos um nocaute no adversário, estamos de parabéns . O treinador celebrou a perseverança do time diante das adversidades, comparando a partida a um combate de boxe, no qual o Palmeiras soube esperar o momento certo para lançar o golpe decisivo.

Nos bastidores, a festa não se resumiu ao campo. Jogadores e comissão técnica entoaram os cânticos que embalam o time nos momentos de desafio, reforçando a identidade de luta e superação que permeia o clube.

– O Palmeiras é o time da virada, o Palmeiras é o time do amor.

O Palmeiras de Abel Ferreira, mais uma vez, reforçou sua reputação como um time resiliente e incansável. “Mais uma vez o Verdão de Abel Ferreira mostra por que é tão difícil nocautear o atual bicampeão Brasileiro e que venceu duas Libertadores sob comando do treinador”, concluiu o técnico. Se há algo a se aprender com essa noite épica, é que, para o Verdão, a luta só termina quando o apito final soar.